Vitória de Bonetto em Monsanto

Extraordinária fotografia de Claudino Madeira obtida em 26 de Julho de 1953 durante a partida para o I Circuito Internacional de Lisboa, Grande Prémio do Jubileu do ACP, disputado no traçado de Monsanto. O Lancia D23 de Piero Taruffi (nº 25) sai na frente, seguido do carro idêntico de Felice Bonetto (nº 24) e do Ferrari 250 MM (nº18) de Casimiro de Oliveira. Um pouco mais atrás vem o Jaguar C Type de Stirling Moss (nº 22). A vitória viria a pertencer ao lancia de Felice Bonetto, ficando Stirling Moss em segundo lugar com uma volta de atraso em relação ao vencedor. Casimiro de Oliveira abandonou por avaria.
Foto - Arquivo Municipal de Lisboa


A Última Corrida

Vasco Sameiro 
A ultima corrida

Vasco Santiago Sameiro  foi o primeiro piloto português  a merecer o epíteto de "Herói", uma vez que corria por prazer e para gáudio dos seus inúmeros admiradores. Foi também o primeiro a ter uma carreira verdadeiramente internacional, disputando corridas ao logo de vinte e seis anos sempre que os seus afazeres profissionais o permitiam .
Pilotou carros como o Ford, Invicta, Alfa Romeo e  Maserati, estes últimos antes da II Guerra quando era o único embaixador do automobilismo português no estrangeiro. No período pós guerra Sameiro usou  exclusivamente carros da marca Ferrari com maior ou menor sucesso, sendo que na esmagadora maioria das vezes não era por sua culpa que os carros davam problemas.
No V Grande Premio de Portugal, disputado na Boavista em junho de 1955, o volante nortenho estreou um novo Ferrari 750 Monza, a última palavra de Maranello na altura. Este chassis, numerado 0576M, teve o primeiro contacto com o piloto na ante véspera do GP, momento em que o carro começou a carburar mal e a criar dificuldades a Vasco Sameiro. Diagnosticado o problema numa verdadeira  corrida contra o tempo, chegaram por via aérea as velas necessárias ao bom funcionamento do motor. Nos treinos os tempos por volta foram baixando regularmente, mas ainda assim longe do inacessível Maserati 300S de Jean Behra, que tinha chassis e motor superiores ao carro que Maranello oferecia. Sameiro na primeira vez que guiou a Monza fez um tempo que lhe dava um lugar na primeira fila ao lado de Behra e Casimiro de Oliveira, que tripulava um novo Monza encomendado para substituir o carro acidentado em Dakar, mas ao qual foi atribuído o mesmo numero de chassis. Porém, Vasco Sameiro estava ainda 0,02 décimas de segundo mais lento que Casimiro e decidiu continuar em pista para tentar melhorar esse tempo. Mas o Destino tinha outros planos e o corajoso piloto nortenho acabou por sofrer uma violenta saída de pista que deixou o # 0576M  partido em dois e lhe provocou sérios ferimentos que o deixaram imobilizado durante meses. Mais tarde, numa entrevista concedida a um semanário em 1988, Vasco Sameiro contou que nunca percebeu as razões do acidente, uma vez que o carro saiu da trajectória sem qualquer motivo e simplesmente "disparou" noutro sentido . Depois disto Vasco Sameiro, então com 52 anos de idade, decidiu retirar-se do automobilismo, saindo de cena um verdadeiro Herói destemido e corajoso mas que, apesar de tudo,  acabou por ter melhor sorte que outros colegas que também guiaram Monzas tais como Ascari, Castelloti, Mc Fee, Warthon, Picard e Casimiro de Oliveira.
Texto e fotos de Luis Sousa


Vila do Conde "tipo" Le Mans

A 20 de Setembro de 1959 disputou-se o V Circuito de Vila do Conde, prova organizada pelo Automóvel Clube de Portugal e que contou com o apoio das secções de motorismo do Estrela e Vigorosa Sport, Futebol Clube do Porto,  Sport Clube do Porto,  Académico Clube de Portugal e do Clube Nacional de Montanhismo. Milhares de pessoas assistiram às corridas disputadas num traçado com 2,950 metros de extensão, estando em jogo um total de 50 contos (250 euros) em prémios para dividir pelos concorrentes.
Dada a partida o Mercedes 300 SL de Horácio Macedo começa a distanciar-se e virá a vencer a corrida principal. Os Alfa Romeo de "Mané" Nogueira Pinto e Francisco Marques Pinto vão logo a seguir, sendo visível também o Porsche 356 de José Valentim dos Santos. Louve-se a coragem do fotógrafo "plantado" a menos de dois metros da faixa de rodagem.
O autor do blogue estava entre a multidão que se vê em fundo.
Foto - Centro de Documentação do ACP