O FAMOSO “FORD-MODELO A” MATRÍCULA N-8659
SUA EVOLUÇÃO TÉCNICA
E O HÍBRIDO “FELCOM” QUE LHE SUCEDEU
(Texto e imagens de António Menéres)
Em 1930, meu Avô Manoel Menéres importa dos EUA uma “super-colaça” de válvulas à cabeça da “Miller” para a experimentar no seu carro pessoal um Ford A Phaeton /Touring, matrícula N-8659. Surpreendido com as suas performances, empresta-o ao seu amigo Eduardo Ferreirinha, que depois de lhe aligeirar a carroçaria e de lhe alterar o motor na procura de ainda mais potência, o experimenta na 1ªRampa da Penha, que vence brilhantemente.
Logo a seguir, mas ainda em 1930, alinha no 1º Quilómetro Lançado do Mindelo (em cima, à esquerda), na mesma com Ferreirinha ao volante, mas agora, já que o regulamento não permitia a versão aligeirada anteriormente utilizada, volta a recolocar a carroçaria de origem do Phaeton /Touring. Conquistou um brilhante 3º lugar da geral na Categoria Corrida, que motivou o curioso anúncio publicitário concebido por meu Avô (em cima, à direita) Entusiasmado com estes êxitos, Manoel Menéres decide desenvolver o projecto desportivo, fazendo transformar totalmente o seu Ford nas “suas” oficinas do Palácio Ford – Manuel Alves de Freitas & C.ª, Lda. Mais uma vez, todas as alterações técnicas, nomeadamente, a carroçaria, o rebaixamento do chassis, as suspensões, os travões e ainda os melhoramentos introduzidos na super-colaça de válvulas à cabeça da “Miller” importada dos EUA, foram da responsabilidade técnica de Ferreirinha, passando em 1931 a ter a configuração que se pode ver na foto.
Foi então baptizado por meu Avô como «Ponto de Interrogação», daí o símbolo “?” – “Question Mark” como era referido na Revista ACP - pintado nos dois lados do carro, porque nos anos áureos, se o motor não avariasse, normalmente ganhava! Este carro possuía um brilhante palmarés desportivo conquistado nos anos 31 e 32 e foi pilotado por Eduardo Ferreirinha e Gaspar Sameiro.
Entretanto, em 1933, Eduardo Carvalho aparece inscrito nos Circuitos do Campo Grande em Lisboa e na Boavista no Porto, com carro da marca “Felcom” #15 que mandou construir e que, como era prática neste meio das corridas com carros híbridos, herdou a matricula e o Livrete de outro carro (mantendo contudo a marca Ford), precisamente a do famoso Ford N- 8659 e provavelmente também o vitaminado motor com a transformação “Miller”, desconhecendo-se no entanto a marca e a origem do novo chassis e das suspensões.
Em 1935, João Henrique Santos inscreve-se com ele no Circuito do Estoril, terminando aqui a actividade desportiva deste carro.
DATAS
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OBS.
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ANO DE FABRICO
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1928
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ENTRADA EM PORTUGAL
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1.1.1929
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1º AVERBAMENTO
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18.1.1929
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Encontrava-se averbado em serviço de «Venda» em nome da firma Timóteo de Vasconcelos, Agente Ford na Póvoa do Varzim, que o cedeu à firma sua colega, que se segue
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2º AVERBAMENTO
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(?)
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Palácio Ford – Manuel Alves de Freitas & C.ª, Lda., com sede no Porto, que por sua vez o vendeu ao seu sócio fundador e gerente (na altura era assim, ainda não tinha sido inventada a figura de viatura de serviço!)
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3º AVERBAMENTO
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(?)
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Manoel de Araújo da Fonseca Menéres, de V. N. Gaia
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4º AVERBAMENTO
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17.1.1936
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José Augusto Mendes, de Torres Vedras.
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5º AVERBAMENTO
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23.4.1962
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João Pereira Dias da Silva, de Lisboa
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6º AVERBAMENTO
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11.6.1962
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António Augusto do Nascimento Carvalho, de Famalicão
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ACTUALMENTE
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José Artur Campos Costa, de V. N. Famalicão
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ResponderEliminarParabéns Tó, parabéns Zé.
Isto é que é HISTÓRIA !
APF
Excelente artigo e està tudo dito
ResponderEliminarParabens
Luis
Tenho uma magnífica foto desse carro em corrida com o Vasco Sameiro(?)
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