O Ferrari 250 MM #0326MM Spyder Vignale começou a sua carreira em Portugal, tendo sido originalmente comprado por D. Fernando Mascarenhas, que com ele disputou várias provas durante os anos de 1953 e 1954. Foi-lhe atribuída a matrícula IB-19-60. Em seguida foi vendido a António (Tóquim") Borges Barreto, ao volante do qual disputou o Grande Prémio de Portugal de 1955 (na imagem, já pintado de branco, com o nº 22), no circuito da Boavista. Depois da trágica morte deste, o Ferrari passou para as mãos de Nuno Salvação Barreto e em 1976 foi adquirido por Duarte Pinto Coelho, no estado em que as fotografias a cores documentam. A parte posterior da carroçaria tinha sido profundamente alterada e o carro estava num estado deplorável. Foi vendido para Itália.
Em 1977 levou uma nova carroçaria, feita por Giordanengo, mas o trabalho não terá sido perfeito, pelo que em 1980 foi novamente "vestido", desta vez por Cognolato. Ainda assim, os especialistas consideram que as especificações originais não foram respeitadas.
Em 1986 o Ferrari 250 MM #0326MM foi vendido a Ditter , da Alemanha, e em 1988 passou para as mãos do suiço Stieger. Porém, seria em 1996 que a sua recuperação tomaria o rumo definitivo, quando foi adquirido pelo grande coleccionador Chip Connor, de Hong Kong. O carro foi entregue a um especialista inglês, Lawrence Kett, da G&A Fabrications, com a indicação de copiar as especificações do modelo idêntico de Jess Pourret (#0274). No entanto, a carroçaria de referência era mais antiga que a do #0326 e as diferenças eram, portanto, consideráveis.
Temos assim que o carro que D. Fernando Mascarenhas comprou ao Comendador Ferrari já vai na quarta carroçaria e, ao que consta, terá até participado numa edição do concurso de Pebble Beach, local onde habitualmente os critérios de originalidade são levados muito a sério. Habitualmente.
Segundo Duarte Pinto Coelho, o IB-19-60 foi vendido em 1977 por 80 (oitenta!!!) contos, metade do valor de um Fiat 131 novo, na época.
Agradeço ao José Manuel Albuquerque a preciosa colaboração para a elaboração deste texto e ao Duarte Pinto Coelho as fotografias que o acompanham.
Direi apenas, a título de curiosidade, que a carroçaria tipo “Batman” que é visível nas fotografias foi retirada do carro aquando da colocação de uma nova e que essa mesma carroçaria acabou por ser vendida por Pietro Brigato (o dono do #0326MM entre 1977 e 1986) a Francesco Guasti em 1990 para que este restaurasse o seu 250MM #0296MM. A carroçaria estava semi-abandonada nas traseiras das instalações de Dino Cognolato (o tal carroçador que “mexeu” no #0326MM em 1980. Outro pormenor que é curioso é que já por diversas vezes que Chip Connor tentou certificar o carro junto da Ferrari e dada que ainda não está 100% original está a ser novamente intervencionado, desta vez na conhecida Perfect Reflections de Brian Hoyt, um dos maiores especialistas Mundias da marca, cujas oficinas ficam em Hayward, na California
- José Correia
A carroceria do 0326 e do 0274 sao
ResponderEliminaridenticas ,à exceçao dos orificios
laterais ,3 na 0326MM e 2 na 0274MM.
O que as distinguia das outras eram
o habitaculo que era maior que a
maioria das outras ,portanto o novo
dono fez bem na escolha .
Cump Luis
Mais um excelente trabalho,belíssimas fotos inéditas e com a colaboração do José Manuel Albuquerque pouco mais há que se possa acrescentar. Apenas, a título de curiosidade, que a carroçaria tipo “Batman” que é visível nas fotografias foi retirada do carro aquando da colocação de uma nova e que essa mesma carroçaria acabou por ser vendida por Pietro Brigato (o dono do #0326MM entre 1977 e 1986) a Francesco Guasti em 1990 para que este restaurasse o seu 250MM #0296MM. A carroçaria estava semi-abandonada nas traseiras das instalações de Dino Cognolato (o tal carroçador que “mexeu” no #0326MM em 1980. Outro pormenor que é curioso é que já por diversas vezes que Chip Connor tentou certificar o carro junto da Ferrari e dada que ainda não está 100% original está a ser novamente intervencionado, desta vez na conhecida Perfect Reflections de Brian Hoyt, um dos maiores especialistas Mundias da marca, cujas oficinas ficam em Hayward, na California.
ResponderEliminarJosé Correia
Pois os certificados Ferrari , tais
ResponderEliminarcomo os da FIA e até do CPAA sao por
vezes controversos, como aprovaram a
0183EL que de berlinetta passou a
barchetta de chassis curto ,fora o
resto ,e mais recentemente a 250GT
"Drogo" que esteve exposta aqui em
Bruxelas ,diria que a 0326MM anda na
maré negra, enfim.
Luis
Parabens pelo excelente trabalho, apenas um reparo, o carro poderá ter sido vendido em 1977, por 80 contos, mas um Fiat 124 não custava isso,até porque já não era comercializado, o seu fabrico tinha terminado em 1973,o seu substituto, o 131 Mirafiori custava entre 150 e os 200 contos, consoante a versão.
ResponderEliminarCumps JF