A interessantíssima visão de "Luis" sobre a meteórica carreira automobilística de António Borges Barreto e a sua relação com alguns ilustres cavalheiros da época.
O "Toquim" Barreto era um piloto que melhorava a sua perfomance a cada prova. Sendo um piloto prudente, tinha ainda tempo para aprender , mas quis o destino vir a ser cruel para com ele.
Reconhecendo as suas capacidades de condutor , o Marquês de Fronteira, D. Fernando Mascarenhas, resolveu dar-lhe apoio na realização dos seus sonhos, daí a cedência da 250MM e da 750 Monza com preços e condições muito especiais. Mas o desaparecimento do Marquês de Fronteira no estúpido acidente com a Superamérica, veio pôr termo a este apoio.
Outro "gentleman driver", João de Castro, resolveu então ajudar o "Toquim". Foram feitos contactos com a Ferrari e assinado um acordo do tipo do que tinha sido feito em 53 com Casimiro de Oliveira, no qualBarreto seria piloto da marca numa base logística de "semi-works drive".
Quanto ao acidente em Forez, sabe-se que as rectas maiores do percurso tinham como separador central… pequenos arbustos. Estava chuva e Piero Carini perdeu sem motivo aparente o controle do carro, galgou o separador e foi colidir de frente com a 500TRC de Borges Barreto, que foi projectado para uma ravina com 10 metros de altura. Ambos os pilotos tiveram morte imediata.
No funeral de "Toquim", além da coroa de flores enviada pela Ferrari, uma outra veio da parte da família Carini. Passado um tempo, aquando do GP de Portugal, o Manager da Ferrari, Dragoni, apresentou a conta do fornecimento da 500 TRC a João de Castro , o qual passou de imediato o cheque respectivo .
A seguir ao acidente de "Toquim", João de Castro retirou-se das provas de velocidade. Perder dois amigos em tão curto espaço de tempo era demais. Era a época dos "gentleman drivers" .
"Luis"