Percalços na Boavista

Em 24 de Agosto de 1958 disputou-se no circuito da Boavista, no Porto, o I Grande Prémio de Portugal em Fórmula 1, prova que viria a ser dominada por Stirling Moss. Foi uma corrida fértil em acidentes, tal como aqui se constata através das imagens do Lotus-Climax de Graham Hill, que apenas completou 25 das 50 voltas previstas, e do Maserati 250F de Maria Teresa de Fillipis, que abandonou ao fim de seis voltas. Esta italiana foi a primeira mulher a disputar uma corrida de Fórmula 1, tendo participado em vários Grandes Prémios durante a temporada de 1958, sem resultados de relevo. No Porto, por exemplo, qualificou-se na última posição da grelha de partida com um tempo 15 segundos superior ao penúltimo qualificado. O carro tinha graves problemas de motor, como se confirmou durante a corrida em que durou apenas seis voltas.

Fotografias - www.circuitodaboavista.com



Porsche 550-038

D. Fernando Mascarenhas apresentou-se  no Circuito de Monsanto de 1955 ao volante deste Porsche 550 Spyder, com o qual viria a obter o terceiro lugar na corrida de 24 de Julho que foi dominada por Stirling Moss, num carro idêntico. Este carro, com o chassis #550-038 e o motor P90031, foi importado originalmente por Adolfo Stock para D. Fernando Mascarenhas, tendo posteriormente passado por vários proprietários no nosso país. Rumores não confirmados sugerem que o CB-22-21 poderá estar ainda em Portugal. Estará?


II Circuito da Boavista

Mário Gonçalves, na foto ao volante do seu Austin, foi um dos participantes do II Circuito do Porto na categoria "Sport", tendo terminado a corrida em terceiro lugar com uma média de 88, 904 km/h. Vasco Sameiro foi o vencedor, em Invicta, com Gaspar Sameiro (Plymouth) em segundo lugar.
Note-se a orientação "aerodinâmica" dos faróis do Austin.
Bibliografia - "Primeiro Arranque", de Vasco Callixto.
Foto - Centro de Documentação do ACP.


Grande Prémio da Curia 1927

Em 30 de Julho de 1927 disputou-se o Grande Prémio da Curia, nome algo pomposo para uma prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal que contava apenas com uma inscrição, o Bugatti de Alfredo Marinho Júnior (na foto). Para compor as coisas foi pedido a Carlos Moniz Pereira que deixasse as funções de membro do júri e alinhasse na corrida com o seu FN. Alfredo Marinho Júnior demorou 2 horas, 15 minutos e 50 segundos para percorrer os 150 quilómetros que compunham a prova traçada num circuito que passava por Mealhada, Luso e Anadia, com partida e chegada na Curia. Carlos Moniz Pereira chegou 13 minutos depois.

Bibliografia - "Primeiro Arranque", de Vasco Calixto
Fotografia - Centro de Documentação do ACP




O Stand da Ford em Lisboa

Concebidas por um dos mais importantes arquitectos portugueses do século XX, Porfírio Pardal Monteiro, as instalações da Ford Lusitana na rua Rosa Araújo tornaram-se na década de 40 num local de visita obrigatória para quem se interessava por automóveis … e por arquitectura.
Entre muitas outras obras, Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957) é também o autor dos projectos do Instituto Superior Técnico, da estação ferroviária do Cais do Sodré, do Hotel Ritz e da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, tendo conquistado por quatro vezes o Prémio Valmor.

Fotografias - Bibliteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian, Estúdios Mário Novais



Uma Luta Desigual

D. Fernando Mascarenhas recebe a bandeirada da vitória no circuito de Monsanto, a qual lhe assegura a conquista da Taça Cidade de Lisboa de 1954, corrida que dominou ao volante do seu imponente Jaguar XK 120. Em segundo lugar chegaria Joaquim Filipe Nogueira, que tripulava um dos pequenos mas  rápidos Porsche 356.
O motor 3.4 do Jaguar XK 120 dispunha de mais do dobro da potência dos pequenos Porsche 1500, mas a leveza, aerodinâmica e agilidade destes tornavam-nos seriamente competitivos num circuito relativamente sinuoso como era o caso de Monsanto. Porém, no ano seguinte esta correlação de forças seria alterada com a chegada da versão Carrera dos Porsche 356, um verdadeiro carro de corrida capaz de se bater de igual para igual com máquinas muito mais potentes.


Coragem em Vila Real

O circuito de Vila Real, ao que se dizia, era para homens de "barba rija". Andava-se por vezes muito depressa e as condições de segurança eram frequentemente inexistentes. Em consequência, a probabilidade de ocorrência de um acidente grave era relativamente grande.
Veja-se este exemplo: nesta imagem obtida durante o Circuito de 1951 vemos o Conde de Monte Real, à frente, no seu Ferrari 166 Spider Corsa, seguido de Casimiro de Oliveira, em Ferrari 340 America Vignale Coupé, e de Giovanni Braco, o futuro vencedor, em Ferrari 212 Export Vignale Barchetta. De um dos lados do asfalto está o muro branco, do outro está um pedaço de "empedrado" de onde "nascem" várias árvores de bom porte sem qualquer protecção. O mais pequeno descuido poderia levar à destruição do carro e à morte do piloto, como tantas vezes aconteceu. Mas não em Vila Real.
Foto - Centro de Documentação do ACP
Bibliografia - "Circuito de Vila Real 1931-1973", de Carlos Guerra


Acidente Fatal

Apesar da sua fraca qualidade, não resisto a divulgar uma das poucas imagens conhecidas que documentam as consequências  do terrível acidente que vitimou António Borges Barreto e Piero Carini ocorrido quando ambos disputavam as 6 Horas de Forez, prova que se realizou a 30 de Maio de 1957 em St Etienne, França. 
Borges Barreto tripulava o Ferrari 500 TRC Scaglietti #0694 MDTR com o número 58, enquanto que Carini tinha a seu cargo o Ferrari 500 TR Scaglietti Spider "0648 MDTR com o número 54, o qual é bem visível na fotografia.

Bibliografia - jornal "Democracia do Sul", 6 de Junho de 1957 e FerrariChat.com.
- "Diário do Sul", Motor
Com agradecimentos a José Borges
                    



Monsanto 1954

Em 25 de Julho de 1954 disputou-se no Circuito de Monsanto o IV Grande Prémio de Portugal. Vasco Sameiro, Casimiro de Oliveira, D. Fernando Mascarenhas e José Arroyo Nogueira Pinto, todos em automóveis Ferrari, eram os pilotos portugueses presentes. Nogueira Pinto tripulava o Ferrari 250MM #0332 (na foto) mas apenas completou 15 das 60 voltas da prova, deixando para D. Fernando Mascarenhas a honra de ser o único piloto português a terminar a corrida.

Fotografia - Centro de Documentação do ACP