Uma pena...

Eis o estado em que ficou o Edfor tão carinhosamente construído por Eduardo Ferreirinha depois do acidente que sofreu durante o Rallye Internacional de Lisboa de 1947, quando era tripulado por Augusto Madureira. O carro foi dado como irrecuperável e não voltaria aos circuitos. Apenas a matrícula voltou, como se constata através do post "Edfor-Allard" recentemente aqui publicado.

Colaboração de José Francisco Correia




II Circuito da Boavista


Em Julho de 1932 disputou-se o II Circuito da Boavista, prova que consistia em duas corridas de 90 minutos cada, uma para a categoria "Sport" e outra para "Corrida", com um total de vinte e um concorrentes. 
Na corrida de "Sport" participaram:
- Gaspar Sameiro (Plymouth), Mário Gonçalves (Austin), Vasco Sameiro (Invicta), Angel Beauvalet (Opel), Mário Ferreira (Chrysler), José Lopes da Silva (De Soto), Manuel Pinto de Freitas (Opel), Manuel Ribas (Austin), Artur Barbosa (Plymouth), D. Palmira Coelho (Opel), Armando Ferreira (Opel) e Manuel Nunes dos Santos (Ford)
Dada a partida o Invicta de Vasco Sameiro tomou a dianteira, sendo acompanhado durante a primeira volta por Mário Ferreira, Gaspar Sameiro e Artur Barbosa. Este último abandonou logo na segunda volta por ter perdido … o depósito de gasolina! À 23ª volta foi a vez do Austin de Manuel Ribas capotar, sem consequências de maior para o piloto. D. Palmira Coelho, a única senhora em prova, terminou num honroso 10º lugar com a notável média de 70, 051 km/h.
Foto - Centro de Documentação do ACP
Bibliografia - Primeiro Arranque, de Vasco Calixto

O Invicta de Vasco Sameiro, vencedor na categoria "Sport"

O "Edfor-Allard"

O Edfor matrícula RP-10-30 foi destruído num acidente durante o rallye do ACP de 1947, num momento em que era tripulado por Augusto Madureira. Foi mais tarde reconstruído e dotado de uma carroçaria com um "look" Allard, mantendo a mesma chapa de matrícula.
Em 1951 este carro foi inscrito por Harry Rugeroni para a Rampa da Pena, na foto, prova que terminaria em 5º lugar. Porém, no Campeonato de Rampas Rugeroni não conseguiu melhor que o 10º lugar, ex-aequo.
Harry Rugeroni vivia em Lisboa e era um dos proprietários do Hotel Aviz, um dos mais requintados da época.
A fotografia foi cedida por Luis Sousa
Colaboração de Ângelo Pinto da Fonseca.


Sobre as Pedras de Vila Real

Sobre o "empedrado" de Vila Real as surpresas aconteciam quando menos se esperava. Foi o que aconteceu com o DIMA nº 6 de Corte Real Pereira, que pouco depois desta imagem ter sido obtida entrou em "pião" e foi ultrapassado pelo Cisitalia Abarth de Emilio Romano, que se vê ao fundo e acabaria por triunfar na classe até 1100 cc. O Allard de D. Fernando Mascarenhas, aqui em segundo plano, sofreu uma avaria que o fez a abandonar a corrida, a qual teria como vencedor absoluto o Ferrari 212 de Giovanni Bracco.
Bibliografia - Circuito de Vila Real 1931-1973, de Carlos Guerra





EDFOR

Concebido por sugestão de Manuel Menéres, concessionário Ford no Porto, EDFOR é o nome de um carro de sport produzido em 1937 nas oficinas de Eduardo Ferreirinha & Irmão (EFI) a partir de componentes Ford, nomeadamente um motor V8 de 3620 cc e um chassis da mesma marca. Dotado de uma carroçaria em alumínio que pesava pouco mais de 150 quilos, o Edfor matrícula RP-10-30 mostrou-se competitivo logo na estreia, no circuito de Vila Real, onde comandou a corrida de Sport durante 8 voltas até ser forçado a parar com problemas de aquecimento do motor. Um segundo carro foi construído em 1939, havendo especulações sobre a possível construção de um terceiro exemplar, facto não documentado. Este segundo carro (NT-10-68) perdura até aos dias de hoje.
A imagem documenta Augusto Madureira ao volante do primeiro Edfor (RP-10-30) à partida para o Rali Internacional de Lisboa de 1947, prova que abandonaria devido a acidente. O carro ficou parcialmente destruído.
Imagem - Centro de Documentação do ACP
Bibliografia - Circuito de Vila Real 1931-1973 , de Carlos Guerra
                     - http://autoentusiastas.blogspot.com


Uma Certa Ideia de Segurança

Na década de 50 a segurança de pilotos e espectadores estava ainda longe de ser uma prioridade, como aqui se constata através desta imagem que mostra o Ferrari 750 Monza de D. Fernando Mascarenhas a entrar na recta da Boavista durante o Grande Prémio de Portugal de 1955. O carro circula no "empedrado", que por sua vez é atravessado pelos carris metálicos do eléctrico. O lambril do passeio delimita a estrada e até uma cabine telefónica se oferece como "alvo". O público "anda por ali", em cima dos muros e dos passeios e há também uns postes e umas árvores a bordejar a pista.
Em tais circunstâncias não admira que os acidentes fossem frequentes e tivessem graves consequências. Apesar das condições mais que discutíveis que oferecia, o Circuito da Boavista não ficou conhecido como um causador de grandes tragédias.


"Nicha" Cabral em Nurburgring

A data desta história (1963) sai um pouco do âmbito do trabalho que aqui se faz e que se pretende limitado a 1960. Mas a qualidade da imagem, provavelmente inédita, mais que justifica a sua publicação neste espaço. Nela de vê "Nicha" Cabral ao volante do Cooper Climax T60 que tripulou no Grande Prémio da Alemanha de Fórmula 1, disputado no circuito antigo de Nurburgring, um traçado com 22 quilómetros de extensão e cerca de 180 curvas. Um pesadelo para qualquer piloto excepto para o português, que o considerava o seu circuito favorito.
"Nicha" conseguiu levar o Cooper  ao 20º lugar (entre 22) da grelha e tinha já ganho onze lugares durante a corrida quando a caixa de velocidades cedeu e o obrigou a abandonar. Este mesmo carro  tinha sido tripulado por Bruce Mc Laren na época anterior, que com ele ganhou o GP de Mónaco.
Fotografia - Gergely Gabris
Bibliografia - "Nicha", de Adelino Dinis



IV Grande Premio Penya Rhin 1933

A 25 de Junho de 1933 disputou-se num circuito traçado perto do parque de Montjuic, Barcelona, o IV Grande Premio de Penya Rhin. Vasco Sameiro (nº 18), em Alfa Romeo 8C-2300, era o único português presente e acabaria por conquistar um brilhante segundo lugar na classificação final, logo após Juan Zanelli, que tripulava um carro idêntico.
Mas a grande figura da tarde seria, como se esperava, o grande Tazio Nuvolari. No momento em que comandava tranquilamente a corrida o seu Alfa Romeo 8C-2300 começou a falhar, obrigando o piloto italiano a parar na zona de meta para afinar o carburador. Ao fim de onze minutos e cinco voltas perdidas Nuvolari voltou à pista, tendo dado um verdadeiro espectáculo de pilotagem em que bateu várias vezes o record da volta mais rápida. terminou em quinto lugar, após ter recuperado três das cinco voltas que perdeu por causa da avaria.
Fotografia de Luis Sousa

 Eis a grelha de partida para o Grande Premio de  Penya Rhin de 1933
Pole Position
2
Tort

Nacional P.
4
Lehoux

Bugatti
6
Wimille

Alfa Romeo
8
Nuvolari

Alfa Romeo
10
Palacio

Bugatti
12
Texidor

Bugatti
16
Zanelli

Alfa Romeo
18
Sameiro

Bugatti
20
"Vega"

Bugatti
24
de Morawitz

Bugatti
38
Stahel

Bugatti
30
Angli

Bugatti
32
Dourel

Amilcar