Campo Grande, 1932

Em Abril de 1932 disputou-se o II Circuito do Campo Grande, na altura a única "pista" existente na capital. Realizavam-se corridas com uma hora de duração, com prémios para os líderes aos 20 e aos 40 minutos.
Gaspar Sameiro, à média de  100,195 Km/h, foi o vencedor na categoria "corrida", tripulando um Ford equipado com pneus Englebert e usando carburante Vacuum. Em segundo lugar ficou Vasco Sameiro, em Delage, que usava pneus semelhantes mas utilizava carburante Atlantic. Diogo Cabral, em Bugatti, ganhou a categoria "sport".
 Os concorrentes queixavam-se da dificuldade em fazerem ultrapassagens, uma vez que as rectas do circuito eram demasiado curtas. Isso dava vantagem a quem largasse na linha da frente da grelha de partida, cujas posições eram atribuídas em função do número de inscrição dos carros.



Gaspar Sameiro, no Ford "Miller" de Manoel Menéres.

Novo Circuito de Vila do Conde

IV Circuito de Vila do Conde 1952. Inauguração do novo circuito com 4.557 metros de perímetro, na altura referido como " a melhor e mais rápida pista de automóveis do país", obra concretizada por Bento de Sousa Amorim e outros vilacondenses . Apesar disso, não voltariam a realizar-se mais corridas neste traçado.
Pouco depois da partida já Casimiro de Oliveira, ao volante do Ferrari 225S nº1, se adiantava, enquanto que Vasco Sameiro (Ferrari 225S) e Nogueira Pinto (Ferrari 340 America) se mantinham na expectativa, com D. Fernando Mascarenhas (Ferrari 225S) logo a seguir. À segunda volta o Ferrari de Casimiro abandonou na curva das Caxinas, com o motor partido, e Vasco Sameiro herdou a liderança que manteria até final.
Classificação:
1º - Vasco Sameiro, Ferrari 225S Spyder Vignale - 35 voltas, à média de 143,528 km/h
2º - D. Fernando Mascarenhas, Ferrari 225S Spyder Vignale - 35 voltas
3º - José Nogueira Pinto, Ferrari 340 America - 35 voltas
4º - José Soares Cabral, Ferrari 166MM Barchetta - 33 voltas
5º - Daniel Magalhães, BMW 328 - 27 voltas


Estavam à partida os 6 Ferrari de competição que existiam à data em Portugal, a saber:
- 166MM Barchetta Touring #0040M - José Cabral
- 166MM barchetta Touring #0056M - Guilherme Guimarães
- 340 America Berlinetta Vignale - #0082A - José Arroyo Nogueira Pinto
- 225 Spider Vignale - #0180ET - Casimiro de Oliveira
- 225 Spider Vignale - #0198ET - Vasco Sameiro
- 225 Spider Vignale - #0200ED - D. Fernando de Mascarenhas

(Colaboração de José Correia)

Circuito de Monsanto 1953

Em 1953 disputou-se o Circuito de Monsanto, prova que trouxe a Portugal algumas figuras de primeiro plano na cena automobilística mundial. Alguns pilotos portugueses da época não se limitaram a marcar presença e deram uma réplica mais que adequada às "estrelas" que nos visitaram. 
Na imagem, que documenta a partida para a prova, podem ver-se com o nº 18 Casimiro de Oliveira, em Ferrari 250 MM, tendo a seu lado o Lancia D23  nº 25 de Piero Taruffi e o carro idêntico de Felice Bonetto, que viria a ser o vencedor . Mais atrás estão José Arroyo Nogueira Pinto, no Ferrari 250 MM nº 20, e o Jaguar C Type nº 26 de Stirling Moss, que terminaria em segundo lugar.
Casimiro de Oliveira não terminou a corrida, mas Nogueira Pinto obteve um brilhante terceiro lugar ao volante do Ferrari 250 chassis 0330MM. O Conde de Monte Real ficou colocado num muito honroso 5º lugar, tripulando um Ferrari 166 MM.



III Rallye de Aveiro



D. Fernando Mascarenhas, em Ferrari 250 MM, à partida para o III Rallye de Aveiro, em 1954. Este mesmo carro, chassis 326MM, pertenceu a Duarte Pinto Coelho, que o adquiriu em 1976 a Nuno Salvação Barreto o qual, por sua vez, o tinha comprado ao pai de António Borges Barreto ("Tóquim"), entretanto falecido num acidente com outro Ferrari. Na altura não existiam em Portugal condições adequadas ao restauro do carro e Pinto Coelho acabou por  vender este magnífico 250 MM a um coleccionador francês. 


Rallye de Monte Carlo 1951


O melhor resultado de sempre conquistado por uma equipa portuguesa no Rallye de Monte Carlo aconteceu em 1951, quando o Conde de Monte Real, D. Fernando Mascarenhas e Manuel Palma terminaram a prova num brilhante segundo lugar absoluto, tripulando o Ford 100 cv que se vê na imagem.

Rallye de Monte Carlo 1952

Jorge Mello e Faro, Conde de Monte Real, participou na edição de 1952 do Rallye de Monte Carlo ao volante de um Simca. No ano anterior conquistara o segundo lugar absoluto na mesma prova, partilhando o volante de um Ford 100 cv com D. Fernando Mascarenhas e Manuel Palma, ainda hoje o melhor resultado alguma vez  conseguido por uma equipa portuguesa nesta clássica.


D. Fernando Mascarenhas

D. Fernando Mascarenhas era um aristocrata de antiga linhagem e um piloto com reconhecido talento. Porém, às vezes levava longe demais o seu entusiasmo e o resultado era aquele que se vê nas imagens, obtidas após o acidente sofrido durante o Grande Prémio do Jubileu do ACP 1953, em Monsanto. No entanto, ficará na História como uma das figuras mais importantes dos primórdios do automobilismo no nosso país.






Uma Oficina Muito Especial

Modena? Maranello? Le Mans?
Nada disso. Apenas a oficina de Palma & Morgado em Lisboa, nas vésperas do Grande Prémio de Portugal de 1954, disputado no circuito de Monsanto. 
Com o nº 4 vê-se o Ferrari 750 Monza de Froilán Gonzalez, que viria a ser o vencedor da corrida e com o nº 5, em primeiro plano, o carro idêntico de Mike Hawthorn, que terminaria em segundo lugar. Com o nº 11 está o Ferrari 735 Monza de Vasco Sameiro, que não terminou a prova. Ao fundo, com o nº 20 e capot levantado, está o Jaguar XK120 de D. Fernando Mascarenhas, que viria a vencer a Taça Cidade de Lisboa, corrida nacional integrada no mesmo fim de semana do Grande Prémio.



Ferrari 212 Inter

O Ferrari 212 Inter que pertenceu a Vasco Pinto Basto, visto aqui quando entrou nas oficinas de Palma & Morgado depois de sofrer um acidente pelas mãos de Joaquim Fiúza.

Em baixo, um magnífico texto da autoria de José Correia publicado na revista Auto Vintage sobre este mesmo carro. Clique para aumentar.

Vila Real 1951


O Conde de Monte Real, ao volante do Ferrari 166 Spider Corsa, termina num brilhante segundo lugar a corrida principal do X Circuito de Vila Real, depois de ter obtido o melhor tempo nos treinos. Giovani Bracco seria o vencedor da prova, com um Ferrari 212 Vignale Barchetta.
O Ferrari 166 foi produzido durante os anos de 1947 e 48, sendo notórias as diferenças entre quase todos os carros então saídos de Maranello.  Os motores utilizados eram os V12 de 1992 cc de cilindrada, posteriormente aumentados para 1995 cc, os quais debitavam 130 cavalos de potência através de uma caixa de 5 velocidades.

Acidente

O Ferrari em que D. Fernando Mascarenhas perdeu a vida, próximo de Madrid, na sequência de um brutal acidente rodoviário.

Nogueira Pinto

José Arroyo Nogueira Pinto durante o circuito da Boavista 1956, ao volante de um Ferrari 750 Monza. Com o 7º tempo nos treinos, Nogueira Pinto acabaria a prova em 10º lugar, com 6 voltas de atraso para o vencedor, o Marquês de Portago.

Rallye de Monte Carlo, 1960


Augusto Palma, ao volante, com Fernando "Faneca" Pinto Basto ao lado. No banco de trás vê-se Manuel Palma, o futuro fundador do Team Palma. Apesar da qualidade do carro e da categoria da equipa, o Jaguar nº 148 não terminou a prova.

Vila do Conde, 1952


Manuel Palma, D. Fernando Mascarenhas e o Ferrari 225S.
Vasco Sameiro, em carro idêntico, seria o vencedor da corrida disputada pela primeira e única vez no chamado circuito grande de Vila do Conde. Na outra corrida, para carros até 1500cc, Ernesto Martorell sagrar-se-ia vencedor com um Porsche 356 Cabrio, conquistando assim a primeira vitória da marca em Portugal, em provas de velocidade.


Luanda, 1957

Joaquim Correia de Oliveira, vencedor do Grande Prémio de Angola de 1957, em Porsche Spyder.
Trinta anos mais tarde este mesmo carro foi encontrado ( e exportado...) no deplorável estado que a fotografia documenta, ostentando no painel de instrumentos uma curiosa placa com a imagem ... de S. Cristóvão, não fosse o diabo tecê-las.



Circuito deTanger, 1955

Filipe Nogueira, em Porsche Spyder, seria o vencedor da corrida. Joaquim Correia de Oliveira, no "Olda" nº 33 de fabricação artesanal, seria o segundo classificado.

Boavista, 1956


Joaquim Filipe Nogueira, em Ferrari 735S, pouco antes da partida para a corrida em que sofreria um dos mais graves acidentes da sua carreira. Aconteceu em 1956, durante o II Grande Prémio do Porto, prova que seria ganha pelo Marquês de Portago, com o qual Filipe Nogueira travou um duelo épico até acabar por bater no lancil de um passeio, o que provocou o desastre. Apesar do aparato, o piloto português não sofreu lesões graves e o carro, por seu lado, viria mais tarde a ser recuperado.