Em 1925 realizou-se no Coliseu dos Recreios o I Salão Automóvel de Lisboa, evento que atraiu milhares de visitantes e revelou um impressionante dinamismo num comércio automóvel que dava ainda os primeiros passos em Portugal.
As fotografias são dos Estúdios Mário Novais, Biblioteca de Arte Calouste Gulbenkian
II Volta à Madeira
Extraordinária e invulgar imagem da chegada do Mercedes Benz 300 SL de Horácio Macedo ao porto do Funchal para participar (e vencer) a II Volta à Madeira em automóvel, disputada em 1960. O EB-23-98 era vermelho e foi utilizado pelo piloto do Porto durante as épocas de 1959 e 61.
Fernando Basílio dos Santos seria o segundo classificado desta prova, tripulando um carro idêntico, mas acabaria por vencer a Volta à Madeira em 1964, desta vez ao volante de um Porsche 356.
A fotografia é de Luis Sousa
Colaboração de Ângelo Pinto da Fonseca.
Colaboração de Ângelo Pinto da Fonseca.
Os Verdadeiros Heróis
Circunstâncias existem em que os verdadeiros Heróis são os cidadãos portugueses, simples e singularmente anónimos, como uma vez mais se revela neste gesto invulgar em que por subscrição pública realizada em 1929 o povo oferece um automóvel Chevrolet ao seu Presidente da República, Marechal Óscar Carmona. O Estado, já então falido e sem recursos, não tinha capacidade financeira para dar ao seu agente máximo uma viatura com a dignidade que o cargo exigia.
Fotografia - Estúdios Mário Novais
Biblioteca de Arte - Fundação Calouste Gulbenkian
Um Herói que Partiu
António Augusto Marins Pereira nasceu em 1927 e dedicou uma boa parte da sua vida e das suas energias à metalomecânica ALBA que herdou de seu avô. Pelo caminho teve ainda tempo e talento para se envolver com sucesso em corridas de automóveis, tendo construído os seus próprios carros de competição e, mais do que isso, o seu próprio motor. Tratava-se de um bloco com quatro cilindros em linha, totalmente produzido "na casa", dotado de dois carburadores duplos horizontais e duas velas por cilindro, o qual era capaz de debitar cerca de 90 cavalos de potência.
O seu maior sucesso automobilístico aconteceu na Taça Cidade do Porto, prova integrada no Grande Prémio de Portugal de 1953, disputado no circuito da Boavista. O pequeno Alba, tripulado por Corte Real Pereira, venceu a corrida com uma volta de vantagem sobre todos os concorrentes e entrou assim para a história do automobilismo nacional.
Augusto Martins Pereira faleceu recentemente, aos 86 anos de idade.
Falha de Transmissão
Grande Prémio de Portugal 1955. O Ferrari 750 Monza de D. Fernando Mascarenhas completou 43 das 55 voltas previstas para o circuito da Boavista mas logo depois a transmissão cedeu e o aristocrata português teve de abandonar. Este mesmo carro seria posteriormente vendido a António Borges Barreto, que com ele viria a confirmar todo o seu exuberante talento, o qual ficou patente nesta corrida através do 7º lugar conquistado com um já pouco competitivo Ferrari 250MM.
Gentleman Driver
José Luis Abreu Valente, engenheiro de profissão e "gentleman" por vocação, foi dos pilotos mais bem sucedidos da sua geração, tendo-se notabilizado nomeadamente ao volante do seu Mercedes 300 SL. Ei-lo na imagem de fato, gravata e botões de punho, quando disputava o Rali do Porto de 1957
Monsanto 55, a cores
Este é um tipo de trabalho que se realizava com alguma frequência na época. Uma vez que a fotografia a cores era ainda pouco frequente, as imagens eram "colorizadas" à posteriori na tentativa de proporcionarem uma ideia mais aproximada da realidade. Porém, nem sempre as cores acrescentadas tinham correspondência com as originais.
Este invulgar documento reproduz a partida para a "Taça Governador Civil de Lisboa" disputada em 1955 no circuito de Monsanto. Stirling Moss, no Porsche 550 nº 3 (capacete vermelho), seria o vencedor, seguido de Filipe Nogueira (nº1) e D. Fernando Mascarenhas (nº 2, azul???), em carros idênticos. O nº 4 é o alemão Wolfgang Seidel.
DB Panhard 750S
Dentro de poucos meses completam-se 60 anos sobre a brilhante participação de José Emídio da Silva no IV Circuito Internacional do Porto com o seu invulgar DB Panhard 750S. No circuito da Boavista o carro nº 19 teve um dos melhores desempenhos da sua história, terminando em 4º lugar absoluto a prova intitulada Taça Cidade do Porto, destinada a automóveis equipados com motores até 1100 cc, e vencendo a respectiva categoria (até 750cc). Catorze automóveis alinharam à partida para esta corrida.
Este carro, construído pela empresa francesa Deutsche Bonnet, estava equipado com um motor Panhard de 750 cc, um "flat-twin" dotado de válvulas à cabeça e que debitava entre 40 e 50 cv consoante o nível de preparação. Em 1953, um destes DB Panhard, tripulado por Touzot / Persillon, terminou as Mille Miglia em 84º lugar da geral, entre 240 concorrentes, e venceu a categoria até 750 cc.
Depois de décadas de abandono, o IE-17-74 que brilhou na Boavista renasce agora das cinzas e revela-se ao vivo e a cores em todo o seu esplendor graças ao seu novo proprietário, Carlos Barbosa da Cruz, que assim presta um serviço inestimável ao património cultural e desportivo do nosso país.
Naturalmente, pelas razões atrás mencionadas, a participação deste carro no Circuito da Boavista de Junho deste ano acaba de transformar-se em imperativo nacional.
Naturalmente, pelas razões atrás mencionadas, a participação deste carro no Circuito da Boavista de Junho deste ano acaba de transformar-se em imperativo nacional.
Rallye Ibérico 1956
Realizado pelo Automóvel Clube de Portugal e do Real Automóvel Club de España, com o patrocínio dos jornais "Diário de Notícias" e "O Século", de Portugal, e "Informaciones" e "Marca", de Espanha, o I Rallye Ibérico reuniu à partida 85 concorrentes, 39 dos quais partiram de Lisboa. A vitória absoluta pertenceu à equipa Fernando Stock / Manuel Palma, em Mercedes Benz 300 SL, com cerca de 1,500 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, Javier Sanglas, em Alfa Romeo.
A prova, que não voltaria a ser realizada, ficou manchada por um acidente fatal protagonizado pelo Porsche Spyder nº 91 de José Manuel Simões / Luis Borges. No fatídico Monte do Pião o condutor perdeu o controle do carro, embateu numa motocicleta que passava e depois o Porsche precipitou-se num barranco com cinco metros de altura. José Manuel Simões sofreu vários ferimentos mas sobreviveu, enquanto que o seu companheiro Luis Borges não teve tanta sorte e acabou por falecer. Nada se sabe sobre o destino do motociclista.
Bibliografia - Revista do ACP Set/Out 1956
Fotos - Luis Sousa
Vitória e tragédia na mesma prova. Em cima o Mercedes 300 SL de Stock / Palma e, em baixo, o Porsche Spyder de José M. Simões / Luis Borges.
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