Allard P1

O Allard P1 de Jorge Monte Real e Diogo Passanha à partida para uma das últimas complementares do IV Rallye Internacional de Lisboa (Estoril), prova que não correu particularmente bem a esta equipa na sua parte final.
Apesar das suas linhas algo "pesadas", o Allard P1 revelou-se um carro de desporto consideravelmente competitivo, tendo mesmo vencido o Rallye de Monte Carlo de 1952 com o próprio  Sydney Allard ao volante.
Produzido em Inglaterra em pequenas quantidades, este carro utilizava um motor Ford V8 com 3,600 cc de cilindrada acoplado a uma transmissão também "made in USA". Este facto tinha a ver com a escassez de componentes mecânicos disponíveis em Inglaterra na fase que sucedeu ao final da Segunda Guerra.


Circuito da Covilhã

A 22 de Junho de 1931 disputou-se o Circuito da Covilhã, prova patrocinada pelo ACP e que compreendia 12 voltas a um percurso de 9,400 metros. Participaram sete concorrentes, a saber: José Lopes da Silva (Citroen), António Lopes da Costa (Ford), José Luis de Brito (Ford), Gaspar Sameiro (Ford), Vasco Sameiro (Ford), Joaquim Fazenda (Turcat) e José Alves da Silva (Ford). 
Os consagrados Gaspar e Vasco Sameiro dominaram a prova e viriam a conquistar os dois primeiros lugares, seguidos de Lopes da Costa e José Luis de Brito, todos em Ford.
A partida para a corrida foi dada às 18 horas, mas a prova só terminou duas horas depois devido a uma forte  chuvada que caiu sobre o traçado tornando o percurso quase intransitável. O público debandou, à procura de abrigo, mas os concorrentes aguentaram estoicamente até ao fim.
Na imagem, a equipa Ford, que conquistou os quatro primeiros lugares.

Bibliografia - Primeiro Arranque, de Vasco Callixto
Imagem -  Centro de Documentação do ACP


Quilómetro do Cabo 1937


Francisco Ribeiro Ferreira e o seu Bugatti, vencedores do "Quilómetro Lançado do Cabo", prova disputada a 4 de Abril de 1937. A média então obtida, mais de 203 km/h, tornou-se na mais alta até então conseguida em Portugal numa competição automobilística.
O "Quilómetro Lançado do Cabo" era realizado num percurso dividido em quatro sectores, a saber: 2000 metros para lançamento, 1000 metros para correr e 1000 metros para desacelerar. Participaram na prova catorze carros, dez na categoria "sport" e quatro na categoria "corrida", observando-se grandes diferenças no desempenho dos concorrentes. A título de exemplo, aos 203,735 km/h do Bugatti de Ribeiro Ferreira contrapunham-se os modesto 78,908 km/h do DKW de Emídio Correia Guedes (quem será "este"?), o último classificado.
Bibliografia - "Primeiro Arranque", de Vasco Callixto



Mille Miglia 1956

O Mercedes Benz 300 SL (chassis 0405500299) de D. Fernando Mascarenhas / Manuel Palma  num controle das Mille Miglia 1956, que terminariam num excelente 31º lugar com o tempo total de 13 horas e 49 minutos.



Estoril 1935

A 20 de Outubro de 1935 disputou-se o II Circuito do Estoril, prova que consistia num total de 20 voltas a um percurso de 3.085 metros desenhado em torno do Casino,  correspondente a uma distância de 185,1 km.
Francisco Ribeiro Ferreira, em Bugatti T51 (nº5) seria o vencedor, seguido do Bugatti 35C (nº8) de Jorge Monte Real e do Alfa Romeo 8C-2300 (nº3) de Manuel José Soares Mendes. Em quarto lugar chegou o Bugatti T35B (nº6) de Henrique Lehrfeld e em quinto o Adler (nº1) 3.0  de Manuel Nunes dos Santos. José Alves da Silva, em Adler 1.7 (nº15) seria o último a completar a corrida.
 Não se classificaram António Guedes de Herédia, em Railton (nº16), que fez a volta mais rápida, José Almeida Araújo no Bugatti T35 (nº11) e João Henriques dos Santos, em Ford (nº2).


O Simca de Monte Real

Motivado pelo seu 2º lugar absoluto na edição de 1951, o Conde de Monte Real regressou ao Rallye de  Monte Carlo em 1952, desta vez ao volante de um Simca Aronde e tendo como companheiro de aventura Manuel Palma, como já tinha acontecido no ano anterior. A equipa não terminou a prova, tendo deixado a João Lacerda / Jaime Azarujinha, em Citroen 15/6, a honra de serem os portugueses melhor classificados.
Equipado originalmente com um motor de 4 cilindros e 1221 cc de cilindrada que debitava uns modestos 45 hp, o Simca Aronde estava longe de ser um carro de corrida, mas tinha na resistência a sua principal "arma desportiva". Porém, por vezes também falhava.
O curioso "regador" em primeiro plano diz bem dos problemas que afectaram os portugueses do carro nº 48.


Um Talento Excepcional

Em finais de 1954 António Borges Barreto disputa a primeira prova da sua meteórica mas extraordinária carreira, a VI Volta a Portugal, organização do "Clube dos 100 à Hora". Inexperiente mas nascido com um talento invulgar para os automóveis, Borges Barreto apresentou-se à partida para a Volta ao volante do Porsche 356 pre-A com a matrícula BG-19-18 que no ano anterior tinha participado no Rallye de Monte Carlo pelas mãos de Calçada Bastos / João Capucho. Logo na primeira complementar, disputada nas Caldas da Raínha, Barreto disse ao que vinha, classificando-se em segundo lugar logo depois do consagrado Ernesto Martorell, em Denzel. Mas viria a vencer a prova de Vila Real e o Circuito do Estoril, sagrando-se vencedor absoluto da VI Volta a Portugal logo na primeira tentativa.
Dois anos depois brilha no Circuito da Boavista e o representante da Ferrari para Portugal envia-lhe um curioso telegrama de felicitações. Mas a felicidade seria de curta duração.
Bibliografia - Diário do Sul/ Motor
Colaboração de José Borges