Ferraris em Monsanto

Os Ferrari 250MM de Nogueira Pinto (nº20) e D. Fernando Mascarenhas (nº19) em plena prova no panorâmico Circuito de Monsanto, durante a disputa do Grande Prémio do Jubileu do Automóvel Clube de Portugal de 1953. Nogueira Pinto terminaria a corrida num brilhante 3º lugar, cotando-se como o melhor português na corrida, enquanto que D. Fernando Mascarenhas viria a abandonar à 38ª volta, vítima de um "espectaculoso" acidente, como conta o cronista da revista do ACP:
"… o carro, embatendo violentamente no muro (do quintal da moradia 243, rua 29, do bairro da Ajuda), abriu um buraco com mais de três metros de diâmetro,  tal a força do choque, e ficou com a parte da frente dentro do quintal, embora a velocidade tenha sido amortecida pelos arbustos que separam as moradias da estrada. Conduzido numa ambulância da Cruz Vermelha ao Hospital da CUF, o sr D. Fernando Mascarenhas ali foi assistido pelos drs Melo e Castro, Pita Negrão e Botelheiro, verificando-se que apenas sofrera uma incisão na face, junto ao maxilar". Bons tempos em que até os médicos eram notícia.
O "jovem campeão inglês" Stirling Moss terminou em segundo lugar, atrás de Felice Bonetto. Disse aos jornalistas que o peso do Jaguar XK120 o impediu de fazer melhor. Dá para imaginar.

Bibliografia - Revista do ACP, ano XXIII, nºs 7 e 8



Acidente de D. Fernando de Mascarenhas – Monsanto 1953 -250MM Spider Vignale #0326MM – Depois da excelente estreia do 250MM no Circuito da Boavista no III Grande Prémio de Portugal, disputado a 21/6/1953, onde alcançou o quarto lugar da classificação (isto apesar de um susto grande quando se rebentou um pneu a cerca de 200 quilómetros por hora…) D. Fernando de Mascarenhas não foi tão feliz a “jogar em casa” no Grande Prémio do Jubileu do Automóvel Clube de Portugal, que se realizou em Monsanto a 26/7/1953. Apesar de residir a pouca distância do circuito, já que o Palácio dos Marqueses de Fronteira fica num dos acessos a Monsanto, o piloto apenas obteve o nono lugar nos treinos. Para agravar a sua situação sofreu um ligeiro despiste que o atrasou logo no início da prova. Recuperando posições graças ao seu virtuosismo é à 41ª volta que tem um violento acidente, quando já rodava no sexto lugar. Rezam as crónicas da época que entrou demasiado rápido na Curva do Caramão da Ajuda, talvez por uma blocagem dos travões da frente, e a partir daí bate no lancil, leva alguns fardos de palha que serviam como protecção à frente. Para evitar colidir com o público gira o volante para a direita, guinando para a Rua dos Marcos (já fora do traçado) e embate ainda com alguma violência contra o muro da Escola aí existente. Contam ainda os testemunhos da época que D. Fernando de Mascarenhas, apercebendo-se de que iria embater no muro se terá atirado do carro uma fracção de segundo antes. O “rombo” no muro da Escola foi apreciável (cerca de seis metros quadrados) e o piloto acabou apenas com uma mazela no maxilar inferior e uma perna inchada. Ainda segundo os relatos da época, que demonstram a tenacidade do Marquês de Fronteira, terá saído do acidente não só bastante satisfeito por não ter atingido nenhum espectador como ainda dizendo “Estou bem, isto não foi nada”. Só a insistência dos responsáveis pela prova o levou a passar pelo Hospital!

José Francisco Correia

2 comentários:

  1. Belíssima fotografia! Sobre o acidente do Fernando Mascarenhas escrevi há uns meses na Auto Vintage as seguintes linhas:

    Acidente de D. Fernando de Mascarenhas – Monsanto 1953 -250MM Spider Vignale #0326MM – Depois da excelente estreia do 250MM no Circuito da Boavista no III Grande Prémio de Portugal, disputado a 21/6/1953, onde alcançou o quarto lugar da classificação (isto apesar de um susto grande quando se rebentou um pneu a cerca de 200 quilómetros por hora…) D. Fernando de Mascarenhas não foi tão feliz a “jogar em casa” no Grande Prémio do Jubileu do Automóvel Clube de Portugal, que se realizou em Monsanto a 26/7/1953. Apesar de residir a pouca distância do circuito, já que o Palácio dos Marqueses de Fronteira fica num dos acessos a Monsanto, o piloto apenas obteve o nono lugar nos treinos. Para agravar a sua situação sofreu um ligeiro despiste que o atrasou logo no início da prova. Recuperando posições graças ao seu virtuosismo é à 41ª volta que tem um violento acidente, quando já rodava no sexto lugar. Rezam as crónicas da época que entrou demasiado rápido na Curva do Caramão da Ajuda, talvez por uma blocagem dos travões da frente, e a partir daí bate no lancil, leva alguns fardos de palha que serviam como protecção à frente. Para evitar colidir com o público gira o volante para a direita, guinando para a Rua dos Marcos (já fora do traçado) e embate ainda com alguma violência contra o muro da Escola aí existente. Contam ainda os testemunhos da época que D. Fernando de Mascarenhas, apercebendo-se de que iria embater no muro se terá atirado do carro uma fracção de segundo antes. O “rombo” no muro da Escola foi apreciável (cerca de seis metros quadrados) e o piloto acabou apenas com uma mazela no maxilar inferior e uma perna inchada. Ainda segundo os relatos da época, que demonstram a tenacidade do Marquês de Fronteira, terá saído do acidente não só bastante satisfeito por não ter atingido nenhum espectador como ainda dizendo “Estou bem, isto não foi nada”. Só a insistência dos responsáveis pela prova o levou a passar pelo Hospital!

    José Correia

    ResponderEliminar
  2. Obrigado por mais esta excelente colaboração.
    A revista do ACP diz que o acidente ocorreu à 38ª volta, mas isso pouco importa para a história.

    ResponderEliminar