Licença Desportiva

Licença desportiva internacional nº 12 do automobilista Carlos Bleck passada pelo ACP, enquanto membro da Associação Internacional de Clubes de Automóveis, onde  consta também o seu pseudónimo autorizado: "Ralenti".
Carlos Bleck viria porém a ficar na História como piloto aviador e aventureiro, tendo conseguido completar as ligações aéreas Lisboa- Angola e volta (1931) e Lisboa - Goa  (1934). Uma parte do seu espólio está patente na Sala Carlos Bleck da Associação Portuguesa de Pilotos de Linha Aérea, APPLA
Foto e documento - Sofia Bleck




Ruy Marinho de Lemos

Ruy Marinho de Lemos era um tripulante da TAP que nas horas vagas dava largas à sua paixão pelo automobilismo, tendo conseguido alguns resultados interessantes durante a sua carreira desportiva. Na imagem relativa ao Grande Prémio de Portugal de 1957, disputado no circuito de Monsanto, vê-se em primeiro plano o seu Porsche 550 Spyder (nº2) seguido do Ferrari 750 Monza (nº20) do espanhol António Creus, cuja mulher se vê sentada pacientemente no lugar do "pendura". Parcialmente encoberto pelo Ferrari está um outro Porsche 550 Spyder, que poderá ser o carro utilizado por José Nogueira Pinto nesta prova. O vencedor da corrida seria um tal Juan Manuel Fangio, em Maserati 300S.
Foto - Centro de Documentação do ACP
Bibliografia - World Sports Racing Prototypes




O Motor do Lancia D23

O carro da imagem foi tripulado pelo recentemente falecido Froilán Gonzalez no I Circuito Internacional de Lisboa (Grande Prémio do Jubileu do ACP), que teve lugar a 26 de Julho de 1953, ou seja, há exactamente 60 anos no circuito de Monsanto. Autor da volta mais rápida durante os treinos, o piloto argentino não chegaria no entanto a participar na corrida devido a um acidente ocorrido na véspera.
O motor (D20) destes carros  - que aqui podemos ver quase em detalhe - era um dos mais avançados da época e merece uma referência especial à sua concepção. Trata-se de um V6 em liga ligeira com 2962 cc de cilindrada, inclinado a 60 graus e com quatro árvores de cames à cabeça. Era alimentado por três carburadores duplo corpo Weber 42 DCF7 que permitiam obter cerca de 220 cavalos a 6,500 rotações por minuto. Um prodígio para a época.
Falta apenas dizer que a vitória no I Circuito Internacional de Lisboa pertenceu a Felice Bonetto, ao volante de um dos três Lancia D23 inscritos para esta prova.
Foto - Centro de Documentação do ACP
Bibliografia - World Sports Racing Prototypes


Rallye de Monte Carlo 1955

Entre 19 e 27 de Janeiro de 1955 disputou-se a 25ª edição do Rallye de Monte Carlo, com 319 concorrentes à partida de várias cidades da Europa, entre as quais Lisboa. Joaquim Filipe Nogueira / Alberto Graça, em Porsche 356, não conseguiram terminar mas tornaram-se na primeira equipa portuguesa a vencer uma complementar do Rallye de Monte Carlo. Tratava-se de uma prova de aceleração e travagem que Filipe Nogueira dominou de forma incontestável. Mas não foram os únicos a vencer em Monte Carlo. Na edição de 1958 Abílio Correia Lobo, em Alfa Romeo, venceu a complementar de perícia e em 1959 Fernando Duarte Ferreira, em Mercedes 300 SL, venceu a prova de velocidade/ maneabilidade.
Fotografia de Luis Sousa
Colaboração de Ângelo Pinto da Fonseca.


I Grande Prémio do Porto

Em 1954 disputou-se o I Grande Prémio do Porto, também conhecido por V Circuito Internacional do Porto, uma prova que compreendia 45 voltas ao traçado do circuito da Boavista. O vencedor seria Luigi Villoresi em Lancia D24, tendo sido D. Fernando Mascarenhas (na foto) o melhor classificado entre os portugueses. Porém, o Ferrari 250MM Vignale Spyder #0326 do Marquês de Fronteira chegaria ao final com apenas 41 voltas cumpridas. Mas chegou.
As condições de segurança eram absolutamente precárias. O piloto não tinha qualquer protecção à excepção do capacete e luvas. Nem um simples cinto de segurança. Quanto ao circuito, corria-se em cima do empedrado e dos carris dos eléctricos, com os postes de electricidade e as bermas dos passeios bem ali ao lado.


Manuel Palma, 1914 - 1973

Foi a 14 de Julho de 1973 que Manuel Palma subitamente nos deixou, passam agora exactamente 40 anos. Figura maior do automobilismo nacional, a sua memória atravessa toda uma geração de desportistas e entusiastas que lhe devem muitos e bons momentos de prazer nas suas vidas. Piloto, técnico de alto gabarito, empresário e chefe de equipa, Manuel Palma (à direita na foto, a receber mais uma homenagem) foi durante muitos anos uma referência no panorama automobilístico nacional e deixa uma obra que por muitos anos irá perdurar na memória daqueles que tiveram o privilégio de viver os "anos loucos" das corridas de automóveis em Portugal.
Nesta imagem são ainda reconhecíveis Júlio Botelho Moniz, que discursa, Jaime Rodrigues (de cigarro) e João de Castro (de gravata clara e mãos nos bolsos).


Tour Auto 1952

Em 1952 realiza-se a segunda edição do Tour Auto, uma prova dividida em três etapas e sete complementares disputada num percurso com um total de 5533 quilómetros. Dos 108 carros que se apresentaram à partida em Nice apenas 58 chegaram ao final, entre eles os Porsche 356 de Filipe Nogueira / Joaquim Tojal (14º) e João Graça / Jaime Rodrigues (16º). O carro de D. Fernando Mascarenhas / Manuel Palma (aqui visto no interior do Porsche #55) foi um dos que não chegou ao fim.




Manuel Palma

Manuel Palma foi uma das figuras mais relevantes da história do automobilismo português enquanto técnico e enquanto chefe de equipa, tendo sido também piloto de mérito. Nos anos 60 formou a primeira equipa de automobilismo de competição "a sério" em Portugal tendo com ela conquistado tudo o que havia para conquistar. A sua morte prematura ocorrida a 14 de Julho de 1973 ditaria o fim do Team Palma e da carreira de Ernesto "Nené" Neves, o seu piloto favorito nove vezes campeão nacional.
Mas a aventura de Manuel Palma no automobilismo começou muito antes, na década de 30, e em 1949 fez mesmo a sua estreia no Rallye de Monte Carlo. Mas o momento de glória viria em 1951, quando partilhou um Ford 100 cv com o Conde de Monte Real no Rallye de Monte Carlo, tendo ambos terminado num brilhantíssimo segundo lugar, resultado que nunca mais português algum conseguiu igualar.
Dentro de poucos dias completam-se 40 anos desde a data em que Manuel Palma nos deixou. Aqui fica uma singela homenagem aquele que foi um dos técnicos mais competentes e sabedores da sua geração dentro do meio automobilístico nacional.